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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

No Cafezinho

janeiro 05, 2009


Os anos passam e a grande maioria de nós, os homens, continua tendo na hegemonia militar a grande vitrine para um futuro próspero ou mesmo para um padrão confortável de vida.
Basta que eu esteja parado no ponto do ônibus, tomando café na padaria ou mesmo fazendo hora na barbearia para que qualquer um dos curiosos me pergunte qual minha altura e se sou das forças armadas ou da polícia. Ora, tenho um metro e noventa e dois de altura, quem de longe não me julga jogador de basquete ou soldado no mínimo fica admirado com minha estatura, fato esse que já me acostumei com as costumeiras interpelações da vida e das pessoas.
Voltando a carreira militar essa sim é que mais causa vislumbre principalmente aos homens. Grana, mulheril cobiçando, farda chamando atenção, símbolos, broches, status. Eu fui um dos que aventuraram seguir a carreira militar e acabaram desertando por força das conseqüências divinas.
Lembro que aos 14 anos fui apresentado a uma autarquia militar e ingressei numa escola preparatória da aeronáutica. Não sabia eu dos desafios que iria enfrentar e nem tampouco da hepatite e dos diversos percalços que iriam me fazer retomar a carreira artística.
Alguns apostadores de plantão achavam que iria me tornar um cara frustrado e violento. Assisti aos filmes de James Bronson, Van Damme, Clint Westood, Rambo e todavia nunca senti vontade de segurar uma arma ou sair espancando alguém. Tenho centenas de amigos, militares, agentes, policiais e creio que quase todos eles evitam a violência ao extremo, visando um dos maiores princípios da lei, quando se faz parte das forças protetoras da nação: “preservar a vida”.
Entretanto, alguns que são uma minoria, que promovem inclusive esses embates entre os pensadores e militares, almejam apenas na farda, uma forma de obter um status supremo a ponto de ter tudo o que quer. Como o sargento que furou uma fila do pão onde estávamos em determinada ocasião. Existia cerca de 30 pessoas, ele simplesmente não respeitara idosos e gestantes e passou na frente de todo mundo. Foi vaiado pelos presentes e sacou a arma.
Esperei certa vez, cerca de duas horas em jejum na fila de um laboratório, para fazer uns exames, Quando o médico me chamou, foi todo um ritual para que eu tirasse a gravata, camisa, e para que a enfermeira lerda me preparasse todas aquelas seringas e equipamentos. Quando o médico se dirigiu pra mim e pediu para que eu saísse, pois estava esperando alguém. Na hora, fiquei muito chateado, puxa vida, esperei duas horas com fome e depois de todo esse ritual, eu teria que esperar outro paciente na minha vez? Ainda não seria a maior surpresa, essa sim viria à tona quando saindo ao corredor pra fumar, me tomaria por uma dor de cabeça indômita ao notar que um policial, era o cidadão que precisava tomar a minha vez, sem poder esperar 5 minutos a minha consulta. Claro que esses são exemplos genéricos que utilizo quando me refiro no início do monólogo a o que acredito ser resquício da hegemonia militar. Acredito que esses que absorvem de maneira demasiada os privilégios da farda, são parte do despreparo da nossa polícia e talvez não somem a grande maioria de homens que temos na rua e em escritórios preocupados com nossa segurança.
A essa minoria, as músicas do Titãs e até do ratos de porão fazem jus à um peculiar instinto militar que deixou de lado, o que aprendeu, por notar que “aqui embaixo as leis, são diferentes”. Deixo claro aqui, que graças ao nosso senhor, esses se tratam de uma pequena minoria, que apesar de algozes tentativas, ainda não conseguiram macular a imagem das autarquias militares.
Eles não precisaram ler Maquiavel, ou mesmo ver de qual maneira, ou por que cargas d água a população vive refém, não apenas do crime, mas de uma sociedade pirâmide onde as estruturas dos meio não justificam seus fins.

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