Que a marginalização há muito tempo deixou de se tornar exemplos de fatos isolados para se tornar um crucial problema calamitoso na grande maioria das cidades do país, é notório. Mas, o que faz que achemos comum observar essa marginalização inserida no nosso contexto social? O que faz com que não nos revoltemos ao extremo com a forma súbita e avassaladora com que as drogas hipnotizam nossos jovens?
Porque será que na prática parece que não existe nenhum esforço das autoridades, sociedade ou das ONG´s para combater essa marginalização?
Aliás, já dizia bem Fernando Gabeira (PV-RJ) ao mencionar que “O Brasil é o único país do mundo em que as organizações não governamentais são sustentadas pelo Governo”.
Moro num apartamento e da minha janela ou quando retorno do trabalho me deparo com alguns integrantes de um grupo de flanelinhas que cheiram cola 24 horas por dia no centro comercial da cidade. Alguns são moleques, outros de mais idade, outros talvez até sejam pais de família, apesar de aparentemente não estarem contribuindo para o tráfico de drogas e nem tampouco perturbando a ordem, eles ilustram um cenário desonroso para qualquer sociedade.
Eles representam com muita propriedade um ostracismo juvenil que sugou boa parte da molecada.
Representam a nossa falta de atitude e nos mostram quanto violenta aos olhos pode ser a injustiça e exclusão social. A cola tem propriedades alucinógenas tão similares quanto às drogas mais fortes, nada impede que esse dependente químico venha a trazer problemas maiores.
A cola é a heroína dos abandonados, o êxtase dos que não tem grana.
Tenho um amigo que nunca dá grana para nenhum desses flanelinhas, ele estaciona o carro, fecha o vidro e vai embora, volta , pega o carro, vai embora. Ele mesmo diz com concreta razão de que “Não contribui para deixar ninguém doidão”.
O fato é que outro dia quando foi embora, guiando o carro, olhou para o banco do carona e se deparou com um simpático bilhete, que tivera sido empurrado pra dentro do carro pela fresta do vidro e que continha os seguintes dizeres em letras garrafais: “Si num dexá mas dinheiro PA nóis, eu furo os pineu e botu PA gerar, ta avizado”.O amigo não se importou muito, continua fazendo o mesmo ritual, sem temer a audácia criminosa da ameaça repleta de erros gramaticais.
O que deve ficar registrado é de que até vamos ter de explicar aos nossos pequenos por que aqueles jovens vivem ali em tamanha comunhão abominável?
E até quando vamos viver conformados, com um problema que parece não nos incomodar?
Citei apenas um exemplo, mas por toda a cidade, por todo o país, existem milhares de grupos de jovens que desistiram de dar oportunidade à vida, de reverter o inconformismo juvenil como uma forma de se correr incondicionalmente atrás dos sonhos e de outras oportunidades.
Não custa nada sonhar, não me custa nesse momento ouvir Lennon, implorando para que imaginemos um mundo sem conflitos, sem desigualdade no qual a única bandeira é a da PAZ.
Porque será que na prática parece que não existe nenhum esforço das autoridades, sociedade ou das ONG´s para combater essa marginalização?
Aliás, já dizia bem Fernando Gabeira (PV-RJ) ao mencionar que “O Brasil é o único país do mundo em que as organizações não governamentais são sustentadas pelo Governo”.
Moro num apartamento e da minha janela ou quando retorno do trabalho me deparo com alguns integrantes de um grupo de flanelinhas que cheiram cola 24 horas por dia no centro comercial da cidade. Alguns são moleques, outros de mais idade, outros talvez até sejam pais de família, apesar de aparentemente não estarem contribuindo para o tráfico de drogas e nem tampouco perturbando a ordem, eles ilustram um cenário desonroso para qualquer sociedade.
Eles representam com muita propriedade um ostracismo juvenil que sugou boa parte da molecada.
Representam a nossa falta de atitude e nos mostram quanto violenta aos olhos pode ser a injustiça e exclusão social. A cola tem propriedades alucinógenas tão similares quanto às drogas mais fortes, nada impede que esse dependente químico venha a trazer problemas maiores.
A cola é a heroína dos abandonados, o êxtase dos que não tem grana.
Tenho um amigo que nunca dá grana para nenhum desses flanelinhas, ele estaciona o carro, fecha o vidro e vai embora, volta , pega o carro, vai embora. Ele mesmo diz com concreta razão de que “Não contribui para deixar ninguém doidão”.
O fato é que outro dia quando foi embora, guiando o carro, olhou para o banco do carona e se deparou com um simpático bilhete, que tivera sido empurrado pra dentro do carro pela fresta do vidro e que continha os seguintes dizeres em letras garrafais: “Si num dexá mas dinheiro PA nóis, eu furo os pineu e botu PA gerar, ta avizado”.O amigo não se importou muito, continua fazendo o mesmo ritual, sem temer a audácia criminosa da ameaça repleta de erros gramaticais.
O que deve ficar registrado é de que até vamos ter de explicar aos nossos pequenos por que aqueles jovens vivem ali em tamanha comunhão abominável?
E até quando vamos viver conformados, com um problema que parece não nos incomodar?
Citei apenas um exemplo, mas por toda a cidade, por todo o país, existem milhares de grupos de jovens que desistiram de dar oportunidade à vida, de reverter o inconformismo juvenil como uma forma de se correr incondicionalmente atrás dos sonhos e de outras oportunidades.
Não custa nada sonhar, não me custa nesse momento ouvir Lennon, implorando para que imaginemos um mundo sem conflitos, sem desigualdade no qual a única bandeira é a da PAZ.
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