O Dia Internacional da Mulher teve origem em 1857, com a Greve das Tecelãs da indústria têxtil, “Cotton”, em Nova York, pela jornada de 10 hs. Patrões e policiais colocaram fogo na fábrica onde as mulheres estavam trancadas, após protestarem contra a jornada de trabalho de 16 horas e por melhores salários.
Negras ou amarelas, católicas ou mulçumanas, jovens ou idosas, o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, simboliza todo o poder feminino no mundo. As conquistas femininas avançaram muito nos últimos anos. O panorama atual se difere do que o de há algumas décadas.
As primeiras articulações de um movimento feminista começaram logo após a Revolução Francesa. Os principais objetivos eram o direito ao voto e à educação. No Brasil, até 1879, as mulheres eram proibidas de freqüentar cursos de nível superior e, durante boa parte do século 19, só poderiam ter educação fundamental. Mesmo com a legislação que permitia a instrução feminina, as mulheres tinham o acesso dificultado.
Toda a crise no Oriente Médio trouxe - embora, de forma trágica - significativas mudanças. A libertação ocorreu em diversos níveis e, dentre eles, o da mulher. Somente o fato de questionar todos os conceitos pré-estabelecidos e, muitas vezes, prejudiciais, já é uma forma de evolução.
Hoje, o avanço feminino é notório. Conquistando a independência financeira, as mulheres passaram a adiar o casamento. As taxas de fecundidade caíram e a presença feminina no mercado de trabalho é cada vez maior.
>Entre uma conquista e outra, pode-se destacar a batalha do direito ao voto. No brasil, essa conquista aconteceu em 1932, durante o governo Vargas. A Nova Zelândia foi o primeiro país a permitir o voto feminino, em 1893. Na França, apesar da “igualdade” estar entre os lemas da revolução Francesa, a mulher só conseguiu votar a partir de 1945, após o fim da Segunda Grande Guerra.
A Liberação sexual foi uma das grandes transformações do papel feminino.
Nos anos 50, o feminismo ganhou um novo aspecto: a construção da identidade feminina e a liberação sexual. Em 1949, a escritora Simone de Beauvoir publicou O Segundo Sexo, que demolia o mito da "natureza feminina" e negava a existência de um "destino biológico feminino". Para a companheira de Jean-Paul Sartre, "a feminilidade não é uma essência nem uma natureza: é uma situação criada pelas civilizações a partir de certos dados fisiológicos".
O livro causou impacto imediato e provocou críticas não só dos conservadores - devido principalmente aos capítulos dedicados à sexualidade feminina -, mas também da esquerda. Simone de Beauvoir foi acusada de desviar o foco da questão principal, a luta de classes.
Um novo impulso chegou nos anos 60, com a criação da pílula anticoncepcional. A revolução sexual acompanhava outros acontecimentos da época, como a guerra do Vietnã e a ascensão do movimento estudantil. Com a chegada da pílula, um dos pretextos para a repressão sexual feminina, a gravidez indesejada, não tinha mais porque existir. Depois de cerca de 40 anos de existência, a pílula é usada por cem milhões de mulheres em todo o mundo.
Outro sinal dos tempos viria em 1964, quando a inglesa Mary Quant escandalizou com uma saia dois palmos acima do joelho. O pedaço de pano de trinta centímetros rapidamente conquistou mulheres de todo o mundo e deu o impulso a novas musas, como a modelo Twiggy, que apesar de polêmicas eram mais simpáticas que as feministas clássicas, como Betty Friedman e Simone de Beauvoir. Em 1971, preenchendo a longa lista de tabus quebrados, a brasileira Leila Diniz apareceu de biquíni em uma praia carioca, exibindo uma grande barriga de gravidez.
Apesar de conseguir uma “igualdade”, novas e antigas formas de preconceito e violência persistem. Enquanto isso, a mulher continua abrindo fronteiras, assumindo espaços e gritando por seus direitos.
terça-feira, 9 de março de 2010
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