Fera de direito, Jéssica Dantas já desistiu de concorrer a uma vaga no curso de história pela UPE depois da medida. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
"Essa decisão vai ajudar no processo de inclusão social dos estudantes e favorecer aqueles que buscam uma vaga numa universidade pública", explicou a pró-reitora para Assuntos Acadêmicos da UFPE, Ana Cabral. Segundo ela, os cursos mais beneficiados serão aqueles de maior procura: medicina, direito, odontologia, enfermagem, nutrição e engenharias. A Resolução nº 03/2008 passa a valer neste semestre. O documento foi aprovado pelo conselho universitário da UFPE, no dia 24 de novembro do ano passado, e entrou em vigor no dia 10 de dezembro. Medida semelhante é seguida pela UPE. "Se a resolução não garante o fim do abandono, porque os alunos podem fazer isso ao longo do curso, ao menos minimiza que o aprovado esteja usando duas vagas públicas simultaneamente", avaliou a pró-reitora.
As vagas que sobrarem antes das matrículas serão preenchidas através de remanejamento ou reopção. O aluno da UFPE, no entanto, continua tendo o direito a quatro semestres de trancamento, para os cursos de seis anos. Os estudantes dos curso de quatro anos podem trancar até dois semestres. Segundo um estudo inédito realizado pela UFPE, no ano passado mais de 1 mil alunos trancaram as matrículas. Trinta e quatro por cento deles decidiu "dar um tempo" na graduação porque queria mudar de curso ou estava indeciso. Em 2006, esse número ultrapassou 3 mil. A cada ano, 1,5 mil alunos abandonam uma das universidades mais concorridas do estado. "Desse total, cerca de 20% não frequentou nenhuma disciplina", comentou a professora Cristina Raposo, responsável pelo levantamento. Ela afirmou que menos da metade dessas vagas consegue ser ocupada pelas seleções extravestibular (transferências).
Fera de direito da UFPE, cuja concorrência no ano passado chegou a 19,5 candidatos para uma vaga, a estudante Jéssica Dantas, de 16 anos, aprovou a medida. "Acho mais justo. Eu mesma vou deixar de concorrer ao curso de história pela UPE. Se passar, sei que não vou cursar porque a unidade acadêmica fica em Nazaré da Mata. Então, porquê atrapalhar a vida de outro aluno?", justificou. A presidente do Grupo de Apoioaos Remanejados da UPE (GARE), Cristiane Menezes, concordou. "Não é justo ter alunos com duas vagas numa universidade pública, uma delas trancada", disse.
Fonte: Diário de Pernambuco
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